A importância da união de todos os elos da cadeia, quando se trata das discussões que envolvem o transporte seguro de medicamentos em todo o País, foi novamente destacada, desta vez em evento realizado pela Solistica, na manhã desta quinta-feira. A ABOL marcou presença no encontro, já que 55% os Operadores Logísticos atendem a indústria farmacêutica e 65% o mercado de cosméticos.
"Fica claro o grau de interesse dos OLs em atuar nesse nicho e oferecemos serviços interessantes, olhando com atenção às peculiaridade para dar agilidade, sobretudo aos bens de consumo. Os OLs fazem de tudo e mais um pouco, indo além do transporte e da armazenagem. Os OLs, inclusive, abrem portas para pequenos players da indústria farmacêutica, dando a ele escala e capilaridade geográfica", afirmou a diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha, reforçando ainda as ações da entidade em busca da criação do marco regulatório do setor. "A ABOL tem o papel de fazer com que o universo dos Operadores seja reconhecido pelos orgãos reguladores, fiscalizadores e anuentes. Precisamos harmonizar o entendimento do que somos e o que fazemos", completou.
As discussões contaram também com a participação da Abrafarma, Abafarma, Sisdusfarma e representante da U.S Pharmacopeia. A mediação ficou por conta do diretor de Qualidade, Saúde e Segurança da Solistica, Kleber Fernandes. Ele também coordena o Grupo de Logística de Produtos de Interesse à Saúde da ABOL. Os representantes das instituições tiveram como foco a RDC 430, atualizada pela RDC 653, que trata do controle e monitoramento de temperatura na distribuição de medicamento. O objetivo é evitar que os produtos cheguem alterados ao consumidor final, em função de diferenças na temperatura e umidade durante a sua armazenagem e movimentação.
Para isso, estão sendo realizados mapeamentos de rotas críticas, estudos e análises de risco. Os primeiros levantamentos já indicam que ao contrário do que se imaginava "não há um grande problema, pois há apenas entre 2% e 3% de excursionamento de temperatura no transporte", garantiu Oscar Yasbek, presidente executivo da Abafarma, ressaltando que uma parceria entre a Associação junto a Abrafarma e Abradilan vai gerar a segunda fase do estudo em 133 cidades. Serão 2.500 monitoramentos durante um ano para pegar todas as estações climáticas. "O medicamento vai chegar com qualidade se tivermos a participação de todos os elos", disse Yazbek.
Para a diretora da ABOL, essa é uma nova fase de cumprimento da RDC. "O desafio foi posto e por esforço coletivo estamos tendo momentos produtivos com a Anvisa para melhor adequarmos as normas em todos os elos da cadeia. É uma mudança cultural e de boas práticas, que atingirá players grandes e pequenos. A ABOL segue disponível para o diálogo".