A Vivo está implementando um projeto de rede para a Petrobras, para conexão entre sondas e embarcações nas plataformas de petróleo das bacias de Santos e de Campos e no Espírito Santo. A estatal informa que as primeiras instalações ocorrem ainda este ano e vão atender refinarias, armazéns logísticos, usinas termelétricas, unidades de tratamento de gás e centro de pesquisa, no Sudeste.
Esses sites terão dispositivos móveis com aplicações embarcadas nas áreas operacionais e dados em tempo real, drones de inspeção, IoT, realidade mista com especialistas remotos, uso dos wearables e aplicações 3D, entre outras.
O anúncio foi feito durante o Ciab Febraban 2021 por Alex Salgado, vice-presidente de serviços B2B da Vivo, no painel que discutiu as oportunidades que serão criadas com nova geração de rede móvel. A operadora já tem projetos de rede LTE em minas da Vale e vê um grande potencial nas redes privativas com a chegada do 5G. A Vivo trabalha em hubs de inovação em parceria com a FEI.
“O 5G tem as características de redes privativas na sua essência, e poderemos atender empresas grandes e pequenas, com network slicing (fatiamento em redes menores)”, afirma Salgado.
José Formoso, CEO da Embratel, diz que o 5G traz oportunidades para todas as indústrias, por ser uma tecnologia revolucionária, que pode ser personalizada para cada tipo de empresa. “É possível criar redes de altíssima velocidade para conectar robôs ou realizar cirurgias. Essa capacidade de personalizar é o que vai promover a expansão do 5G.”
Emanuel Campelo, vice-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), destaca que a etapa mais difícil para o 5G foi superada com a elaboração do edital, em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
“O TCU exige que os editais sejam enviados com 150 dias de antecedência. Na versão aprovada, a Anatel exige o prazo máximo de meados de 2022 para implementação da rede nas capitais. Haverá uma guerra comercial entre as prestadoras para desenvolverem o 5G o mais rápido possível”, prevê.
Para Campelo, além dos desafios processuais - aprovação do edital em diferentes instâncias -, há desafios sociais, pois a rede 5G poderá não estar disponível para todos. A agência tem de cuidar para que o 5G não seja instrumento de concentração de poder.
“Por isso, o edital traz uma série de compromissos para que as proponentes vencedoras levem o 5G às comunidades desassistidas. Esse é só o primeiro passo. Agência e governo federal precisam continuar trabalhando em políticas públicas para garantir conectividade de qualidade a todos”, afirma.
Katia Vaskys, gerente geral da IBM Brasil, diz que o 5G vai transformar a maneira como vivemos e trabalhamos. Há não apenas uma transformação digital dos negócios, mas uma profunda mudança nas relações humanas pessoais e profissionais. Em relação aos negócios, ela cita dados do IDC estimando que até 2024 o 5G pode gerar mais de US$ 25 bilhões de novas oportunidades.
Para Vaskys, o 5G, associado a edge computing, criará oportunidades para todos os setores com a computação e o armazenamento mais próximos de onde os dados são gerados. Ela informa que, até 2025, 50% dos dados corporativos serão processados na borda. Hoje são apenas 10%.
Antônio Carlos Wagner Chiarello, diretor de agronegócios do Banco do Brasil, destacou que a indústria financeira sempre esteve na vanguarda de soluções tecnológicas, e o 5G vai acelerar a infraestrutura com uma nova rede baseada em celular. “Teremos aplicações de realidade virtual, realidade aumentada e elevada qualidade de streaming. Sem falar no aumento de segurança e redução de fraudes com novas formas de autenticação”, analisa Chiarello.
Ele destaca que, este ano, o país terá uma safra recorde de 272 milhões de toneladas, fruto do aumento de produtividade e da tecnologia do setor agrícola. O 5G vai potencializar o uso das informações geradas pelas máquinas do campo, para a gestão da produção e melhor aplicação de insumos.
“O 5G vai revolucionar a agricultura 4.0 com milhares de dados. Em termos de serviços financeiros, será possível acompanhar o cliente rural trazendo dados de cada empreendimento e trabalhar prêmios de seguros, análises e condições de crédito diferenciados”, prevê o diretor do BB.
Para José Formoso, da Embratel, o Brasil não está atrasado, ao contrário, está avançando muito. Ele destaca que o 5G permitirá integração com as redes antigas, e haverá a implementação dos projetos dedicados em fábricas, fazendas e hospitais. Mas ressalva que as empresas precisarão de recursos para os investimentos necessários.
“Fábricas de caminhões e motores estão fazendo testes em 4G e wi-fi e já pensando em avançar com as novas capacidades de latência e menor consumo de energia. Isso será um acelerador incrível porque vai permitir, dentro das unidades, ações rápidas antes que haja algum nível de criticidade”, diz Formoso.\
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Fonte: Valor Econômico
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