29/04/2024

Inteligência artificial impulsiona redução de custos

 Inteligência artificial impulsiona redução de custos



Enquanto o agronegócio brasileiro aposta cada vez mais em inteligência artificial (IA) para impulsionar eficiência, buscando reduzir custos e elevar a produtividade, fornecedoras de tecnologia se esforçam para aprimorar suas soluções. A Raízen, que gerencia uma operação agrícola com 1, 2 milhão de hectares de cana-de-açúcar, possui uma área dedicada à ciência de dados e ao desenvolvimento de soluções analíticas. Dados gerados a partir de sensores em equipamentos, computadores de bordo nos veículos e no monitoramento da operação remotamente em tempo real são digitalizados e alimentam os modelos de IA.


“A IA tem sido uma força motriz por trás de melhorias notáveis na redução de custos”, destaca Francis Queen, vice-presidente de etanol, açúcar e bioenergia da empresa. Com a ferramenta, a Raízen já obteve ganho de cerca de 15% de eficiência na operação de colheita e economia na manutenção preventiva de equipamentos agrícolas. No dia a dia da Raízen, a IA transforma imagens de satélite e drones em informações precisas e geolocalizadas, que orientam decisões estratégicas e táticas. A solução detecta, por exemplo, não conformidades no canavial, como falhas, ervas daninhas e pragas.


Há outros usos, conta o executivo. Além de impulsionar tecnologias já usadas para reduzir a compactação do solo, resultando em canaviais mais produtivos e duradouros, a ferramenta vem ajudando a economizar com equipamentos. Desde 2021, a empresa aplica a tecnologia para otimização da manutenção do maquinário. A iniciativa já proporcionou economia de R$ 58 milhões e está sendo replicada para outros sistemas de colhedoras da companhia.


Se quem usa vem colecionando bons resultados, quem fornece também vê perspectivas de crescimento. A brasileira Solinftec, especializada em soluções tecnológicas que envolvem robótica e IA para o agronegócio e que tem a Raízen entre seus clientes, espera chegar a 2025 com mais de 800 fazendas, no Brasil e na América Latina, monitoradas pela plataforma Alice Inteligência Artificial. Hoje, a empresa tem como clientes 773 fazendas vinculadas a suas soluções e produtos de IA. “Antes de qualquer decisão, é feita uma análise do mercado e a necessidade do produtor”, explica o CCO para a América Latina da Solinftec, Emerson Crepaldi.


A partir dos dados levantados, o investimento é formatado para a obtenção de uma tecnologia integrada. A Alice, lançada em 2018, atende a agricultura em geral, mas é focada nos produtores de cana-de-açúcar, soja, milho, algodão, citros e florestal. E atua em logística, otimização de máquinas, soluções agronômicas, gestão e robótica em campo. A plataforma funciona de forma sistêmica, conhecendo todos os processos da propriedade rural. Por isso, é capaz de indicar o melhor momento para a realização das operações. A IA direciona o uso de insumos, de equipamentos, maquinários e mão de obra com total autonomia.


Alexandre Rangel, sócio-líder de consultoria para o setor de agronegócios da EY para América Latina Sul, lembra que o campo já trabalha há tempos com soluções de otimização de produção, usando ferramentas avançadas de analytics -e vai conseguir um outro patamar de assertividade e eficiência com IA, afirma. Ele vê duas aplicações como promissoras: a análise de imagens para tomada de decisões visando melhoria de produtividade, eficiência e gestão, e tecnologias ligadas à otimização de processos.


“A inteligência artificial pega essas tecnologias que já existem e aumenta a eficiência, a velocidade e a assertividade dos modelos. Ajuda a tomar decisões mais efetivas”, aponta Rangel. Para ele, ao apoiar e turbinar o agronegócio, a IA pode ajudar na diminuição dos custos dos produtores.


Para Heli Heros Assunção, técnico do Sistema Federação da Agricultura do Estado do Paraná/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná (Faep/Senar-PR), quanto mais capitalizado o produtor, mais possibilidades de investir em tecnologias de ponta. “Em geral, essas iniciativas estão mais presentes na cadeia das commodities”, diz ele.


Fonte: Valor Econômico



Notícias Relacionadas
 Inventário ABOL e diversidade são tratados em reunião do Grupo ESG

20/05/2024

Inventário ABOL e diversidade são tratados em reunião do Grupo ESG

Os ajustes relacionados ao inventário de emissões ABOL, previsto para ser apresentado no segundo semestre deste ano, foram abordados na tarde desta sexta-feira durante mais uma reunião o (...)

Leia mais
 Solistica investe R$ 18 milhões em nova frota de caminhões e na capacidade de distribuição

17/05/2024

Solistica investe R$ 18 milhões em nova frota de caminhões e na capacidade de distribuição

A Solistica anunciou o investimento de R$ 18 milhões na ampliação de frota de caminhões, expansão da capacidade de distribuição da empresa e em novas tecnologias. Segundo a companhia, a (...)

Leia mais
 O hidrogênio verde como ponto de partida

17/05/2024

O hidrogênio verde como ponto de partida

Por Jorge Arbache é vice-presidente de setor privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe As enormes projeções de consumo de hidrogênio verde ( (...)

Leia mais

© 2024 ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos. CNPJ 17.298.060/0001-35

Desenvolvido por: KBR TEC

|

Comunicação: Conteúdo Empresarial

Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.