A escassez de motoristas é uma realidade que há muito vem sendo debatida. Com uma média de 10 mil profissionais deixando os postos sem ser substituídos todos os meses, de acordo com levantamento da consultoria ILOS, o Brasil corre o risco de um colapso, que pode causar grandes perdas para todos os setores da economia. Hoje o país conta com cerca de 4,4 milhões de motoristas habilitados de caminhão e carreta, enquanto em 2015 eram 5,6 milhões.
O transporte rodoviário de cargas representa mais de 60% das movimentações realizadas em solo nacional, sendo vital para a sociedade e determinante para o funcionamento de companhias dos mais variados setores. Por isso, a ABOL (Associação Brasileira de Operadores Logísticos), defende que é preciso criar condições estruturais e humanizadas para atrair e reter os profissionais que atuam nas estradas, construindo um ambiente seguro que, também, desperte o interesse das novas gerações.
“Precisamos de estruturas físicas mais adequadas dentro dos Operadores, com salas de espera confortáveis, banheiros e refeitórios apropriados. Além disso, é necessário um planejamento de viagens mais eficiente, que reduza o tempo longe de casa, e treinamentos periódicos para atualização e valorização da categoria. E esse é só o ponto de partida. Para conseguirmos reverter esse quadro o trabalho deverá ser ainda mais amplo”, comenta Marcella Cunha, diretora Executiva da Associação.
Para Marcella, o investimento em plataformas de cuidado com a saúde física e mental, além de programas de acolhimento em situações de estresse e trauma, e programas de incentivo e premiação, reconhecendo o desempenho e a dedicação dos motoristas, podem ser boas ferramentas para que a saúde física e mental dos profissionais recebam a atenção necessária.
Por fim, com o futuro batendo à porta, a tecnologia estará cada vez mais presente na rotina dos motoristas, que enfrentarão mais exigências de qualificação. Por isso, as empresas que investirem em qualificação, bem como os profissionais que buscam se atualizar, sairão na frente.