24/04/2023

RDC 430: Anvisa e ABOL discutem implementação sem prejuízos à população e cadeia logística



Uma melhor compreensão sobre o conceito de cross docking aliado à definição da indústria sobre quais medicamentos vão integrar a cadeia de proteção térmica. Esses são os principais desafios observados pela Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL) em relação ao último artigo da RDC 430 da Anvisa, que foi substituída pela RDC 653, após a primeira resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária passar por alterações ligadas à armazenagem e ao transporte de medicamentos. Esta segunda fase do texto tem como prioridade a manutenção da integridade dos remédios até a chegada ao consumidor final. E isso envolve garantir que não haverá excursionamento de temperatura durante todo o processo de distribuição dos produtos. 


Atualmente, tais medidas já são adotadas quando se trata de medicamentos termolábeis. Não é à toa que a polêmica da resolução está, justamente, relacionada à cadeia seca, que levaria as empresas a investimentos vultosos caso precisassem, por exemplo, refrigerar todos os veículos utilizados na logística dos produtos.

Diante desse cenário, o mercado se uniu em busca de uma solução viável, contando com o apoio da Anvisa para que seja traçado o melhor caminho. “Temos discutido impactos, desafios e como a norma ainda requer calibrações para que seja tecnicamente possível de funcionar no Brasil”, destacou o coordenador do Grupo de Logística de Produtos de Interesse à Saúde da Associação Brasileira de Operadores Logísticos - ABOL, Kleber Fernandes. 


A atualização da RDC 430 determinou, inicialmente, que as companhias realizassem até o último dia 16 de março, um mapeamento de rota térmica para entender o comportamento de cada etapa do seu transporte para determinada região e então definir o plano de ação necessário para adequar a distribuição. A pesquisa teve que levar em consideração as características específicas de cada rota e produto, tais como dados climatológicos, tempo, distância, sazonalidade, modais de transportes e outras variáveis críticas. Com o estudo completo em mãos, o próximo passo determinado pelo órgão regulador é a implementação até 16 de março de 2024, das soluções encontradas para evitar o desvio de temperatura.


“Precisamos que exista uma calibração dos conceitos de cross docking pela Anvisa e também que a indústria assuma um protagonismo de compreensão do que vai querer controlar na cadeia de valor para que possamos dimensionar as soluções a serem aplicadas. A ABOL, inclusive, se colocou à disposição para acompanhar a agência em visitas aos Operadores Logísticos”, explicou Fernandes, que também é diretor de Qualidade e Gestão Técnica da Solística.  


E disse ainda que, ao longo deste ano, o alinhamento com a indústria se fará necessário para que seja definido o portfólio efetivo de proteção. “Hoje o OL é uma extensão da indústria. O que a indústria desenha, idealiza para a sua cadeia de valor, ele cadencia conectando transportadores, distribuidores e todos os demais elos responsáveis por fazer o medicamento chegar ao hospital, à casa das pessoas ou até mesmo ao home care”, ressaltou.

Na semana passada, Fernandes mediou debate sobre o tema, em Brasília, durante o seminário “Os desafios da Logística”, organizado pela ABOL. Foi a primeira vez que vários atores da cadeia participaram da discussão da RDC 430. E eles reiteraram ser fundamental mergulhar na investigação do portfólio de medicamentos que realmente precisam de proteção, já que os primeiros estudos indicaram um desvio de temperatura de apenas 3% em poucos lugares e regiões, sendo a maioria na last mile


“Temos uma norma que veio para somar e modernizar o segmento, dando aos atores o direcionamento sobre como trabalhar o medicamento no Brasil. Adicionalmente, temos o grande desafio que é a questão da temperatura, desconectando dos termolábeis, que já contam com uma pauta estipulada. O nosso objetivo é a construção de uma agenda propositiva, benéfica aos brasileiros ao manter a segurança dos medicamentos, mas que também seja implantada de maneira exequível e economicamente viável, sem causar nenhum tipo de interrupção ou desabastecimento da população”, finalizou o executivo.



Notícias Relacionadas
 NOTA OFICIAL: VETO AO PL 334/2023 -  PRORROGAÇÃO DA DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

11/12/2023

NOTA OFICIAL: VETO AO PL 334/2023 -  PRORROGAÇÃO DA DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

A ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos vem mais uma vez a público para apresentar novo levantamento realizado junto aos seus 32 associados sobre os impactos da não prorr (...)

Leia mais
 Caso veto ao PL 334/2023 não seja derrubado, Operadores Logísticos estimam  demissão de 16 mil funcionários e fechamento de 18 mil novas vagas em 2024

11/12/2023

Caso veto ao PL 334/2023 não seja derrubado, Operadores Logísticos estimam  demissão de 16 mil funcionários e fechamento de 18 mil novas vagas em 2024

Caso o veto ao PL 334/2023 não seja derrubado pelo Congresso Nacional antes do recesso legislativo - previsto para ter início no próximo dia 22 -, os impactos serão sentidos pelos maiore (...)

Leia mais
 Reforma Tributária, avanço do ChatGPT e PAC do transporte chamam  atenção dos Operadores Logísticos em congresso do setor

19/09/2023

Reforma Tributária, avanço do ChatGPT e PAC do transporte chamam  atenção dos Operadores Logísticos em congresso do setor

Sob os holofotes do setor de logística, a Reforma Tributária deve ser aprovada até o final do ano no Senado Federal, disse Murillo Allevato, sócio do escritório Bichara Advogados, durant (...)

Leia mais

© 2024 ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos. CNPJ 17.298.060/0001-35

Desenvolvido por: KBR TEC

|

Comunicação: Conteúdo Empresarial

Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.